Como Estabelecer Limites e Evitar o Burnout na Medicina Veterinária
- Ana Bulut
- 25 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de fev.

Burnout: a mascote não oficial do mundo veterinário. Ele aproxima-se devagarinho, mascarado de "mais uma semana caótica", e antes que dê por isso, está no carro a questionar as suas escolhas de vida porque já perdeu mais uma hora de almoço… ou a tentar perceber se está a tratar um gato ou um cão muito pequeno e ligeiramente psicótico porque já vê a dobrar de cansaço. Mas adivinhe? Não está sozinho. E mais importante ainda: não precisa de viver assim.
Criar limites na veterinária parece coisa de ficção científica, mas na verdade, é a única forma de manter a sanidade. Vamos ao que interessa: como manter o burnout à distância sem se tornar naquele veterinário azedo que toda a gente teme?
Passo 1: Aprenda a Arte de Dizer ‘Não’ Sem Culpa
Dizer "não" não faz de si um mau veterinário – faz de si um veterinário esperto. Se um cliente insistir numa consulta às 22h para discutir se o Tobias está deprimido ou só tem cara de buldogue francês… pode (e deve) recusar. Responda com um simpático:
"O Tobias continuará a ter essa carinha amanhã, e eu também. Vamos falar dentro do horário da clínica."
O seu tempo pessoal não é luxo – é necessidade.
Passo 2: Pare de Ser um Circo de Um Só Veterinário
É veterinário, rececionista, técnico de laboratório, psicólogo de tutores ansiosos e, ocasionalmente, responsável pela máquina do café? Pois bem, está na hora de delegar.
Se trabalha numa equipa, confie nela. Se trabalha sozinho, invista em organização e automatização sempre que possível. Confiar nos outros não é sinal de preguiça – é sinal de inteligência.
E lembre-se: quem tenta fazer tudo acaba a fazer nada… e com dores nas costas.
Passo 3: Proteja o Seu Tempo Como Se Fosse um Animal Raro
As suas folgas são sagradas. Desative notificações do trabalho e imponha limites no WhatsApp. Não há nada como um tutor a perguntar se um espirro do cão significa uma doença terminal para estragar o seu domingo.
Passe esse tempo a fazer algo que realmente goste – seja ver uma série, dar um passeio ou simplesmente tirar uma sesta sem culpa.
E não, "mas é só uma questão rápida" não é desculpa. Um veterinário descansado trata melhor os pacientes.
Passo 4: Marque as Suas Pausas Como Marca Cirurgias
Nunca adiaria uma cirurgia porque "está muito ocupado", certo? Então porque é que saltar o almoço parece aceitável?
Marque pausas no seu dia como se fossem consultas. Coma qualquer coisa que não seja bolachas ressequidas da gaveta da receção e lembre-se: um veterinário que come bem pensa melhor.
P.S. Desmaiar no meio de uma consulta não é boa estratégia de gestão de tempo.
Passo 5: Tenha uma Rede de Segurança Contra o Burnout
É aqui que entra o nosso Guia de Auto-Cuidado para Veterinários. É gratuito, cheio de dicas práticas e pensado para evitar que chegue ao ponto de querer fugir para uma quinta criar cabras.
Pense nele como um kit de primeiros socorros para a sua saúde mental. Faça o download e guarde-o para aqueles momentos de "Não aguento mais isto."
Conclusão: Cuide de Si para Continuar a Cuidar dos Animais
Dizer "não" não significa ser egoísta – significa dizer "sim" à sua saúde, ao seu bem-estar e à sua capacidade de continuar a exercer durante muitos anos sem se tornar uma casca humana.
Por isso, imponha limites, ria-se do caos e lembre-se: pode ser um super-herói para os seus pacientes, mas até os super-heróis precisam de um dia de folga.